A seleção neozelandesa de futebol feminino vem alcançando expressivos resultados no cenário mundial. Quartas de final na última Olimpíada, em Londres realizada em 2012, a seleção colhe os frutos de uma safra de boas jogadoras e de bons resultados. Porém, uma das grandes responsáveis por isso não é uma jovem de 20 anos e sim uma goleira de 40 anos, tida como a versão feminina do goleiro norte-americano do Tottenham Hotspurs, Brad Friedel. Seu nome é Jenny Bindon.
Dois mundiais e duas Olimpíadas. E segundo ela, preparada para mais um mundial caso o time da Nova Zelândia se classifique pro Mundial de 2015. Sera que as Olimpíadas de 2016 entrariam nesse pacote? |
Bindon apesar de defender a seleção da Nova Zelândia, nasceu nos EUA. Na Universidade, ainda nos EUA, praticou junto com sua irmã gêmea Sarah, todas as modalidades possíveis, desde basquete,softbol,tênis, vôlei, até chegarem no futebol.
Após concluir seus estudos e casar com o ex-capitão da seleção de vôlei da Nova Zelândia, Grant Bindon, Jenny se mudou para a terra natal do marido e se naturalizou neozelandesa, afim de defender a sua nova pátria. No ano de 2004, já com 31 anos, defendeu sua seleção pela primeira vez, em partida contra a Austrália, na qual a Nova Zelândia foi derrotada por 2x0.
No ano de 2007 disputava seu primeiro mundial, na China, no qual a Football Ferns foi eliminada ainda na primeira fase, perdendo do Brasil, da China e da Dinamarca. No ano seguinte, Bindon disputava sua primeira Olimpíada, na qual também foi eliminada na primeira fase. Depois de um empate com o Japão, vieram derrotas para a Noruega e para os EUA.
Em 2011, no Mundial Feminino da Alemanha, ela foi a jogadora mais experiente a atuar no torneio. Pra se ter uma ideia, a goleira mais jovem daquele mundial, Cecília Santiago do México, tinha 16 anos naquele mundial, contra 38 anos de Jenny, ou seja, uma diferença de 22 anos (dá até pra dizer que Jenny tem idade pra ser mãe da Cecília). E outra curiosidade: as duas se enfrentaram. A campanha neozelandesa também não foi tão boa, perdendo pra Inglaterra e Japão, e empatando com o México.
Porém, no ano passado, o ano de Bindon foi excelente, devido as Olimpíadas. Mesmo com a derrota para Brasil e Grã Bretanha, a equipe venceu Camarões e se classificou pela primeira vez, para uma fase final de um torneio oficial de futebol feminino. Porém, foram nas quartas de final derrotadas para os EUA, em partida onde ela foi o destaque, não apenas por defesas, mas por um lance envolvendo ela e a atacante Alex Morgan, onde a norte-americana dá uma joelhada, não intencional, no rosto da goleira neozelandesa.
Tratada com respeitos por todas as jogadoras, e tida como "mãezona" delas. Essa é Jenny Bindon, que brinca sobre o futuro, dado que muitos desejam que ela atue no Mundial Feminino de 2015 no Canadá, quando teria 42 anos de idade. Ela afirma que se aguentar, jogará mais um mundial:
"Não há nenhuma razão para eu parar, enquanto permanecer um sorriso no meu rosto e meu corpo continuar aguentando."(Jenny Bindon)
Parar ou não parar de jogar. Eis a questão. É inegável que Jenny é uma líder em campo e excelente goleira. No último torneio oficial da Nova Zelândia, ela cedeu espaço a jovem Erin Nayler, e é provavelmente o que se verá daqui a alguns anos. Jenny pode não ser eterna, mas seu legado de experiência, dedicação e maturidade, permanecerão sempre para os neozelandeses.
Um vídeo com boas defesas dela, que também é preparadora de goleiros(as):