terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Retrospectiva Crônica de Goleiro 2014 : Copa do Mundo

O Crônica de Goleiro iniciará uma retrospectiva sobre os fatos marcantes relacionados a posição no ano de 2014. Nessa primeira postagem, vamos voltar a Copa do Mundo, realizada no Brasil no ano passado.

O americano Howard foi um dos grandes destaques do Mundial do ano passado.
Destaquei 8 aspectos nessa pequena retrospectiva. Vamos a eles:

  • A Copa dos Goleiros

O costarriquenho Keylor Navas, foi um dos principais jogadores da campanha que levou a Costa Rica as quartas de final do Mundial. O atleta foi eleito o melhor jogador da CONCACAF em 2014 e assinou contrato após o mundial com o Real Madrid
Nunca um mundial teve tantas grandes atuações de goleiros como a de 2014. Mesmo com uma elevadíssima número de gols no torneio, das 64 partidas do Mundial, em 12 tiveram um goleiro como o melhor jogador. O costarriquenho Keylor Navas (3x), o norte-americano Tim Howard (2x), o mexicano Guillermo Ochoa (2x), o brasileiro Júlio César (1x), o argentino Sergio Romero (1x), o argelino Raïs M'Bolhi, o italiano Gianluigi Buffon (1x) e o equatoriano Alexander Domínguez (1x) (FONTE:C11)

  • Os que foram abaixo do que se esperava

O goleiro espanhol fez atuações bem abaixo do que se esperava. O goleiro foi o Luva de Ouro em 2010, quando a Espanha se sagrou campeã. 
Sem dúvidas, dois goleiros fizeram um mundial para se esquecer. Iker Casillas, campeão mundial em 2010 com a Espanha, teve atuações extremamente criticadas no fiasco da Fúria nessa edição da Copa. Outro que não correspondeu com as expectativas foi o goleiro russo Igor Akinfeev um dos mais criticados pela precoce eliminação russa na primeira fase do torneio. 

  • Os subestimados que brilharam

Criticado antes do Mundial, Romero foi peça chave no time argentino, que calou as críticas relacionadas a sua defesa. 
Goleiros teoricamente pouco conhecidos da mídia brilharam no mundial. O argelino M'Bolhi foi um dos destaques da excepcional campanha argelina no torneio.

Além dele, podemos destacar também o questionado Sérgio Romero, que teve papel importante na campanha de sua seleção na Copa, onde a Argentina foi vice campeã.

  • O recorde de Mondragón 

Mondragón disputou seu terceiro mundial e teve a oportunidade de encerrar sua carreira em uma partida de Copa do Mundo. 
O experiente goleiro colombiano Faryd Mondragón se tornou o jogador mais velho a disputar uma partida de uma Copa do Mundo. Ao substituir David Ospina nos minutos finais da vitória de 4 a 1 sobre o Japão. O jogador que disputou a Copa do Mundo de 1994(onde foi reserva de Oscar Córdoba) e que foi titular em 1998, tornou-se no jogador mais velho a entrar em campo numa Copa do Mundo: 43 anos e 3 dias, superando o camaronês Roger Milla, que disputou o Mundial de 1994, nos EUA.

  • O recorde de Tim Howard 

Howard não evitou a derrota para a Bélgica, mas entrou na história dos mundiais com uma atuação impecável

O goleiro norte-americano do Everton, Tim Howard, foi um dos grandes nomes da seleção dos EUA no mundial com suas excelentes atuações. Na partida de oitavas de final contra a Bélgica, ele realizou 16 defesas em todo o jogo, um recorde da competição. O recorde anterior era do peruano Ramón Quiroga, que no mundial de 1978 na Argentina, havia feito 13 defesas que seriam essenciais para que sua seleção empatasse contra a Holanda naquele mundial. 

O feito de Howard virou "febre" nas redes sociais, com a quantidade de memes envolvendo o goleiro norte americano. Alguns até pediram para que ele se tornasse o Ministro da Defesa de seus país e outros, foram além, pedindo a candidatura de Howard a presidência dos Estados Unidos.

  • O recorde negativo de Júlio César

Expressão do goleiro após o sétimo gol alemão, marcado por Schürle.
Júlio César entrou para a história da seleção brasileira em Copas, como o goleiro mais vazado da seleção brasileira em uma Copa do Mundo.

O goleiro sofreu 14 gols na edição de 2014, média de dois gols por jogo, 10 gols nos últimos dois jogos (o fatídico 7x1 contra a Alemanha na semifinal e 3x0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar). Após o mundial, decidiu se aposentar da seleção brasileira.

  • Tim Krul entra e decide partida 

Krul não tinha um histórico muito animador em pênaltis no seu clube, o Newcastle, da Inglaterra. 

Krul era o terceiro goleiro da seleção holandesa para a Copa do Mundo, sendo reserva de Cillessen e Vorm, porém, coube a ele guiar a seleção holandesa as semifinais do torneio. O mais curioso é que o especialista em pênaltis da Holanda, era Michel Vorm, apelidado de Penalti Killer desde quando ele defendia o Utretch, em seu país natal.

O mentor da ideia de trocar o então titular Cillessen por Krul foi o preparador de goleiros holandês, o experiente Frans Hoek, notabilizado por ser uma verdadeira referência para preparadores de goleiros em todo o mundo, com seus métodos de treinamento e preparação de grandes nomes das metas, como Manuel Neuer e Edwin Van der Sar.

"Antes de subir ao ônibus, Frans Hoek me disse que se a partida fosse para os pênaltis e sobrasse uma substituição, eu entraria em campo para jogar. Mas ele pediu para que eu não se contasse a meu companheiro para não desconcentrá-lo", revelou Krul após a façanha diante da Costa Rica, onde defendeu duas penalidades máximas na disputa. 

  • Manuel Neuer notabiliza o estilo "goleiro-líbero"

Na partida contra a Argélia, Neuer fez uma exibição incrível, não por suas defesas, mas por intervenções como essa da foto, fora de sua área.
Eleito o melhor goleiro da Copa do Mundo, Manuel Peter Neuer aperfeiçoou um estilo de jogo cada vez mais frequente no futebol moderno, mas que surgiu ainda nos anos 50 e 60, com goleiros como o argentino Amadeu Carrizo, o húngaro Gyula Grosics e o iugoslavo Petar Radenkovic. 

Com mais passes que Lionel Messi, eleito o melhor jogador do torneio, Neuer se notabilizou por um posicionamento adiantado, como um verdadeiro líbero, assim como os lendários Beckenbauer e Baresi. 

Na partida contra a Argélia, a defesa alemã foi vazada apenas nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, salvando a frágil defesa germânica diversas vezes. Não apenas com defesas, o goleiro se aventurou fora da área, cortou no tempo certo vários ataques dos africanos e, quando possível, também guiou as ações ofensivas de seu time.

Por estas e outras, Neuer está entre os três indicados ao Ballon D'Or, prêmio dado ao melhor jogador do ano da FIFA. 


Essa foi uma pequena retrospectiva sobre os fatos marcantes de goleiros na Copa do Mundo do ano passado. Espero que curtam essa postagem e fiquem a vontade para críticas e sugestões na página do Crônica de Goleiro no Facebook.

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